Comunidades Terapêuticas se destacam na política do Governo Federal de combate às drogas
Unidade em Ceilândia (DF) recebeu visita de secretário do Ministério da Cidadania. Mais da metade dos atendimentos é gratuita para dependentes químicos, graças à ampliação das vagas feita desde o ano passado
Foto: Francisco Medeiros/Min. Cidadania
A nova Política Nacional sobre Drogas, formalizada em 2019, fortaleceu o papel das Comunidades Terapêuticas. As vagas financiadas pelo Governo Federal quadruplicaram. Hoje, já são 10.586 acolhidos nessas unidades, que recebem constante fiscalização para a manutenção da qualidade do serviço prestado. Na última terça-feira (29.09), o secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania, Quirino Cordeiro, visitou o instituto Abba Pai, em Ceilândia Norte (DF), um dos 486 centros espalhados pelo Brasil que recebem os recursos federais.
“A recuperação do indivíduo passa, necessariamente, por uma mudança de estilo de vida. Não só o abandono do uso da substância, mas também mudanças que envolvem várias instâncias da vida, e as Comunidades Terapêuticas ajudam nesse processo. Elas trabalham inclusive com a reinserção social dos acolhidos após a alta, que é uma etapa fundamental no processo de recuperação”, conta o secretário.
As Comunidades Terapêuticas são entidades privadas, sem fins lucrativos, que realizam o acolhimento em regime residencial, em caráter voluntário, de pessoas com problemas associados ao uso nocivo ou dependência de substâncias psicoativas. A Abba Pai possui 70 vagas de acolhimento – 55 delas estão preenchidas e 30 são financiadas para o atendimento gratuito. Na comunidade, os acolhidos recebem alimentação, laborterapia, atendimento terapêutico e psicológico, aconselhamento espiritual e, com um conselheiro em dependência química, reuniões e atividades de lazer em grupo, como alongamento e futebol. O espaço é grande e acolhedor. Tem piscina, jogos, academia, animais e espaço de horta.
Francisco de Castro Góis é dependente químico em recuperação há 11 anos. Ele atua como gestor, terapeuta e conselheiro em dependência química do instituto. Para Francisco, o apoio do Governo Federal é fundamental: “O auxílio traz conforto, profissionalismo, alimentação, vagas. Ajuda a dar uma qualidade no tratamento dos acolhidos. Quando você faz o acolhimento, as famílias têm menor preocupação, favorece a sociedade. As pessoas que estavam cometendo crimes por causa do uso de drogas deixam de causar prejuízo para a sociedade, para a família e para elas próprias. Nosso objetivo aqui é uma reformulação de vida, uma nova maneira de viver”.
Flávio está na Abba Pai há três meses e já é monitor. Ele comenta a transformação com o tratamento: “Abriu minha mente, me retornou à sanidade, me fez tomar novas atitudes, corrigir o caráter. Está me ajudando a voltar ao berço de quando a gente não tinha a adicção (vício em drogas), a se reorganizar estruturalmente, fisicamente, psicologicamente. Aqui a gente está retornando à dignidade”.
Técnico em enfermagem, ele destaca a importância da política de combate às drogas implementada pelo Governo Federal: “Que o governo continue com esse pensamento voltado ao centro terapêutico. A gente está vendo o resultado, muita gente sendo acolhida, muita gente mudando de vida, muita gente sendo ajudada, principalmente nesse plano terapêutico que é oferecido às famílias”.
Foto: Francisco Medeiros/Min. Cidadania |
Foto: Francisco Medeiros/Min. Cidadania |
Foto: Francisco Medeiros/Min. Cidadania |
Foto: Francisco Medeiros/Min. Cidadania |
Expansão das vagas
Neste mês de setembro, foi finalizado edital para a ampliação das vagas em Comunidades Terapêuticas. A meta é chegar a 20 mil ofertas ao final de 2020. O investimento do Governo Federal deve aumentar de R$ 153,7 milhões, destinados em 2019, para R$ 300 milhões em 2020. Serão mais oportunidades para que dependentes químicos recebam tratamento gratuito e de qualidade.
Eduardo Cabral, diretor de Articulação e Projetos Estratégicos da SENAPRED, reafirma que as comunidades terapêuticas são importantes no trabalho de reinserção das pessoas na sociedade. "Hoje, o governo reconhece essa ação como um trabalho de excelência restaurando vidas. Hoje, são mais de 11 mil pessoas recuperadas, sabemos que temos entre 3 e 4 milhões de usuários de drogas. Quanto mais a gente conseguir mostrar às famílias que estão em desespero que existe solução para a dependência química, menos Cracolândia nós teremos."
A Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (SENAPRED) também lançou, em 2019, o Curso Compacta – Capacitação de Monitores e Profissionais das Comunidades Terapêuticas. Ele é executado pela Secretaria de Educação a Distância da Universidade Federal de Santa Catarina (SEAD-UFSC), com participação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) na produção de conteúdos e acompanhamento do projeto para a formação adequada de profissionais e colaboradores.
Você pode conferir aqui o mapa das comunidades pelo Brasil.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania
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