Sessenta visitadores e supervisores do Criança Feliz recebem o Prêmio Parentalidade

Iniciativa das fundações Maria Cecília Souto Vidigal e Bernard van Leer reconheceu o trabalho e as boas práticas para o desenvolvimento infantil adotadas durante a pandemia. Integrantes do programa do Governo Federal tiveram amplo destaque

Promovido pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e pela Fundação Bernard van Leer, o Prêmio Parentalidade, entregue no último dia 10, identificou profissionais que se destacaram com boas práticas para a promoção do desenvolvimento infantil, do estímulo às crianças e do fortalecimento das famílias em meio ao contexto da pandemia de Covid-19. Dos 100 premiados pela iniciativa, 60 são visitadores ou supervisores do Programa Criança Feliz (PCF), do Governo Federal.

Rosana antes e depois da pandemia em Pentecoste (CE): uso de EPIs e entrega de atividades para suporte a famílias que não tinham estrutura para atendimento digital. Fotos: Arquivo pessoal

"É motivo de grande alegria e satisfação ver que nossos visitadores compõem a maior parte da lista dos vencedores do Prêmio Parentalidade, promovido por duas fundações que são referência no fortalecimento da Primeira Infância. É mais um reconhecimento de como o Criança Feliz vem transformando a vida de crianças, gestantes e famílias no nosso país", afirma a secretária nacional de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania, Luciana Siqueira.

A premiação teve como objetivo reconhecer o trabalho dos profissionais que criaram estratégias e adaptações para continuar apoiando as famílias de forma segura, quando os programas de visitas domiciliares enfrentaram o desafio do distanciamento social. Assim, foram adotadas soluções como ligações por vídeo, envio de mensagens e entrega de materiais para que o atendimento não fosse comprometido.

A avaliação levou em conta critérios como o aprimoramento de práticas para pais ou cuidadores durante a pandemia e o fortalecimento de vínculo com as famílias. As iniciativas vencedoras foram premiadas com R$ 3 mil cada (confira a lista completa dos vencedores). Além disso, foram selecionados 10 destaques de todo o país, que terão o trabalho sistematizado e divulgado por meio de vídeos e webinários.

Ceará em evidência

Um desses destaques foi Antônia Rosana Castro, de 29 anos. A visitadora do município de Pentecoste (CE) trabalha no Criança Feliz há um ano e oito meses, e recebeu com alegria a notícia durante a videoconferência de premiação. "Tive a surpresa de ficar entre as 10 melhores práticas do país. Vi minha foto e fiquei feliz e honrada. Para muitos pode parecer algo simples, mas para a gente que está ali no dia a dia o fortalecimento do vínculo com as famílias é algo esplêndido", comemora.

"Creio que o diferencial das minhas ações foi trabalhar o fortalecimento do vínculo da figura paterna, já que a gente sabe que, muitas vezes, a carga fica com a mãe ou a avó. Quando a gente fortalece o vínculo da figura paterna, a gente também está fortalecendo muitos vínculos com a criança não apenas na fase da infância, mas para a vida toda", ensina.

Sony antes e depois da pandemia: o atendimento presencial deu lugar a caravanas de orientação pelos bairros em que famílias não tinham suporte digital no município de Russas (CE). Fotos: Arquivo pessoal

O Ceará foi o estado brasileiro com o maior número de premiados. Dos 60 selecionados do Criança Feliz, 29 representam municípios cearenses. Francisco Sonyanderson da Silva, de 22 anos, é natural de Palhano, mas trabalha na cidade vizinha, Russas. Visitador do PCF desde fevereiro de 2019, Sony, como é mais conhecido, também comemorou a notícia de ser um dos 10 destaques do país. "Eu tinha ciência de que nossa equipe havia desempenhado ações nesse período de pandemia que foram de grande impacto na vida das famílias acompanhadas, principalmente por não termos deixado nenhuma delas desamparadas nesse momento tão difícil", comenta.

"O nosso diferencial foi criar tutoriais de brinquedos, usar as mídias sociais (Tiktok, Instagram e Facebook) e incentivar o fortalecimento da cultura regional com o concurso do bebê caipira. Com as famílias que não tínhamos contato, realizamos uma caravana, respeitando o distanciamento necessário e com todos os EPIs adequados", conta. "Sou muito grato ao Criança Feliz pela minha transformação profissional e pessoal", acrescenta.

Outros vencedores

No Programa Criança Feliz há apenas 11 meses, a maior parte deles vividos durante a pandemia, Isabella Tavares, de 32 anos, é visitadora em Arraial do Cabo (RJ). "Quando vi meu nome na lista dos ganhadores, gritei e chorei muito. Fiquei feliz demais", relata. "Eu acho que uma das ações que me fizeram chegar a esse prêmio foi o comprometimento com as famílias e as crianças neste momento tão difícil de pandemia que temos enfrentado, e a perseverança de mesmo de longe continuar exercendo o meu papel de visitadora", acredita.

Já Kelrem Aparecida Gonçalves, de 34 anos, é visitadora em Pedro Gomes (MS) desde 2018. "Não esperava chegar entre as finalistas, até porque foram várias inscrições, mas estou feliz por ser uma das ganhadoras", comemora.

Para Fabiano Nunes, de 31 anos, visitador de Arapiraca (AL), o prêmio também foi importante para a carreira que exerce como pedagogo. "Busco manter um canal aberto com as mães ou responsáveis para que desenvolvam as atividades com as crianças. Desse modo, também procuro propor intervenções com materiais de uso frequente das famílias e que fazem parte de seu contexto social, já que cultivo um bom vínculo com as famílias e sei de cada realidade", explica. "Sempre busco ter um feedback da família e focar nos pontos positivos, encorajando e incentivando a família a ter seu papel de protagonismo no desenvolvimento da criança", completa.

O Programa Criança Feliz está presente em 2.928 municípios brasileiros. Já foram realizadas mais de 40 milhões de visitas, com atendimento a mais de 1,1 milhão de crianças e gestantes.

Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania


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