Em Seminário Internacional, parceiros do Criança Feliz reforçam a importância de se investir nos primeiros anos de vida
Evento teve transmissão online e contou com a participação de convidados nacionais e internacionais, como ONU, Banco Mundial e Fundação LEGO, Fundação Bernard Van Leer, Fundação Itáu Social e Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. Seminário termina nesta quinta
O desenvolvimento da Primeira Infância ocupou o centro das discussões do segundo dia do 3° Seminário Internacional - “A qualificação das ações do programa Criança Feliz e o impacto nas políticas de atendimento à primeira infância, desafios e oportunidades”. Com a participação de parceiros nacionais e internacionais do programa, o evento destacou, por meio das mesas de trabalho e de apresentações virtuais, a importância de se investir no cuidado logo nos primeiros anos de vida.
"Os primeiros mil dias, ali no início da vida, são quando o cérebro mais se desenvolve. Investir nos cuidadores é o que faz com que os ambientes sejam seguros e responsivos. É assim que a gente assegura um bom começo, e o Criança Feliz é uma resposta a esse argumento científico", afirmou Cláudia Vidigal, representante no Brasil da Fundação Bernard Van Leer, destacando ainda a importância do cuidado desde a gestação.
Confira como foi:
Ainda na mesa que discutiu o investimento no desenvolvimento da primeira infância, Ana María Nieto, especialista sênior da Fundação LEGO, comentou a importância da estimulação precoce. "A primeira infância é uma janela única no desenvolvimento cerebral. O cérebro se desenvolve de forma mais rápida e mais maleável nos primeiros cinco anos", explicou. O Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Especial de Desenvolvimento Social (SEDS), assinou no mês passado um Protocolo de Intenções com a Fundação LEGO.
Para a CEO da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Mariana Luz, a primeira infância é a "mãe" de todas as políticas públicas. "Se a gente tem essa política de qualidade, a gente vai ter melhoras nos nossos indicadores, com mais educação, melhor saúde, menos desemprego, menos crime. A gente vai conseguir ter um impacto transversal em temas que são causa-raiz de desafios da sociedade brasileira", avaliou.
Já Lívia Maria Nogueira, coordenadora técnica do Fundo Conjunto para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um programa da Organização das Nações Unidas (ONU), relembrou os objetivos da Agenda 2030. "A primeira infância é chave, é central, está no meio desse conjunto de objetivos. Conseguindo trabalhar com a primeira infância, a gente consegue reverter todo um quadro negativo, uma tendência negativa, e trabalhar para romper o ciclo de pobreza, gerando crescimento econômico inclusivo, melhoria da saúde da população, da educação. É o melhor caminho para a gente atingir a prosperidade", afirmou.
Além disso, o seminário ainda tratou sobre as dificuldades impostas pela pandemia ao programa e como o Criança Feliz pode ajudar no processo de retomada. "O Criança Feliz vai ter um papel fundamental na recuperação da pandemia. Neste momento, as crianças precisam, mais do que nunca, que seus pais tenham todas as ferramentas para ajudá-los a desenvolver suas habilidades cognitivas, emocionais, e que permitam chegar à escola, aprender e produzir", destacou a economista do Banco Mundial, Julieta Trias.
A mesa também contou com a participação de Marta Rubio, economista sênior do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e de Patricia Mota Guedes, representante da Fundação Itaú Social. "A gente fez questão de fazer essa mesa para mostrar para visitadores, supervisores, coordenadores municipais e estaduais o que está por trás de tudo do programa, como conseguimos avançar de forma tão rápida", contou a diretora do Departamento de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania, Ana Paula Gomes Matias. "Sabemos que ainda temos lacunas que precisamos trabalhar. Estamos no momento de consolidar e qualificar o programa", completou.
A secretária Nacional de Atenção à Primeira Infância, Luciana Siqueira: 'avançar em conquistas e pensar soluções para novos desafios'. Foto: Rafael Carvalho/MIn. Cidadania |
Experiências
Em seguida, o evento contou com o compartilhamento de experiências, em que outros países, como Chile, Holanda, Colômbia e Equador, apresentaram programas que desenvolvem para as crianças. Já na mesa que tratou sobre as inovações em entrega de serviço, o seminário contou com convidados de Argentina, Estados Unidos, Jamaica, Guatemala e Índia. Por fim, representantes do programa no Ministério da Cidadania e de parceiros discutiram propostas de aprimoramento do Criança Feliz.
O encontro teve ainda uma palestra especial de Viviane Senna Lalli, da Fundação Ayrton Senna, sobre educação integral para o futuro. Na apresentação, Viviane destacou a importância de se planejar as políticas públicas a longo prazo. "Quando a gente desenha uma política pública, a gente tem de pensar uma visão de profundidade, de horizonte de vida, de como ela vai encontrar o mundo nesse horizonte temporal. Se desenharmos pensando em como o mundo é hoje, estaremos construindo a política errada porque não é este mundo que ela vai encontrar daqui a 20 anos", alertou, convidando ainda para uma reflexão sobre o modelo de educação que é oferecido hoje.
O evento
O Seminário Internacional teve início na última terça-feira (1.12), com a participação de coordenadores, supervisores e visitadores do programa Criança Feliz. "O primeiro dia do nosso seminário foi um êxito. Tivemos mais de 4 mil inscritos e 6.800 pessoas acompanhando pelo canal do Youtube. Conseguimos trazer experiências estaduais e municipais do programa e abrir um leque de discussões sobre temas estruturantes do PCF, dentre elas educação permanente, financiamento, promoção do desenvolvimento infantil e parentalidade, integração do SUAS com o PCF e a informatização do programa", ressaltou a secretária nacional de Atenção à Primeira Infância, Luciana Siqueira.
O objetivo do encontro é propor estratégias estruturais para a promoção do desenvolvimento infantil e do fortalecimento de vínculos, por meio da qualificação das ações do Criança Feliz, levando em consideração os diferentes contextos socioeconômicos, geográficos e culturais. "Temos a oportunidade de entender um pouco esse diverso e complexo cenário brasileiro, avançar com as conquistas e pensar soluções e propostas para as lacunas e os desafios que o programa apresenta. O caminho a trilhar é longo, mas juntos podemos dar os passos necessários e adequados para a qualificação das ações do programa", acrescentou a secretária.
Nesta quinta-feira (3), último dia do seminário, o evento promoverá plenárias com os participantes das mesas de trabalho nacionais e internacionais. A plenária final está prevista para as 14h, com a participação da secretária Luciana Siqueira e transmissão online.
Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania
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