Impacto médio do Auxílio Emergencial na economia brasileira é de 2,5% do PIB

Nos estados nordestinos o benefício chega a representar 6,5% do PIB da região, segundo estudo realizado por economistas da Universidade Federal de Pernambuco

O impacto do Auxílio Emergencial na economia do país será de 2,5% do PIB brasileiro de 2019. O efeito é ainda mais significativo no Nordeste, onde em média o benefício representa 6,5% do PIB da região. Os cerca de R$ 250 bilhões previstos para serem investidos pelo Governo Federal no pagamento das cinco parcelas do programa permitem que boa parte das engrenagens da economia sigam em atividade. Os resultados são de um estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), desenvolvido pelos economistas Ecio Costa e Marcelo Freire. 

“O Auxílio Emergencial tem um impacto significativo, porque tem efeito multiplicador. É um programa de transferência de renda direta para a população, sem vinculação a nenhuma contrapartida que possa vir a atrapalhar a distribuição e chegada dos recursos na ponta. A população pode gastar como bem entender. Então, a gente acredita que há um efeito pulverizado e multiplicador”, aponta o professor da UFPE, Ecio Costa.

Por ser transferência direta de recursos, o programa gera efeitos em todos os segmentos econômicos, num momento em que várias atividades foram paralisadas em função da pandemia do novo coronavírus. “Essa política vai abrangendo todos os setores, a partir da decisão dessas famílias. Elas vão gastar no consumo de alimentos, vestuário, até em eletrodomésticos, vão quitar dívidas e isso termina movimentando a economia em todos os segmentos”, explica Costa.

O Norte e o Nordeste são os mais beneficiados quando analisamos o volume de recursos do Auxílio Emergencial em proporção ao PIB local. Os 16 estados das duas regiões têm os maiores percentuais nessa relação, todos com médias superiores à nacional de 2,5%. No Maranhão, o impacto do benefício chegou a 8,6% do PIB, enquanto no Piauí atingiu 7,9%. Em seguida, estão Paraíba (6,7%); Alagoas e Ceará (ambos 6,4%).  

Por outro lado, acima da média nacional, apenas Goiás com 2,6% não pertence ao Norte ou Nordeste. Em termos de recursos absolutos, apesar de São Paulo ser quem mais recebe investimentos do Auxílio Emergencial, com um aporte estimado de R$ 29,66 bilhões, quando esse valor é comparado ao tamanho da sua economia, o estado fica na 25ª posição.

A relação é a mesma quando o olhar recai sobre os municípios. Se forem consideradas as cinco parcelas que serão pagas ao final dessa etapa do programa, o benefício equivalerá a 10% do PIB para 1.709 cidades brasileiras, sendo que 80,4% delas são nordestinas. Pela ordem aparece a Bahia com 324 municípios; o Piauí com 200; o Maranhão com 192; a Paraíba 186; o Ceará 138; Pernambuco 131; Rio Grande do Norte 103; Alagoas 57; e Sergipe 44.


Foco

A pesquisa da UFPE também buscou investigar a correlação entre a participação do Auxílio Emergencial no PIB dos municípios com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) e Percentual da população vulnerável à pobreza. Quanto mais carente a localidade, maior o peso do benefício na riqueza, o que demonstra que a política pública chega aos mais necessitados.

“Também fizemos uma regressão simples mostrando que há correlação com significância estatística de que, por exemplo, a cada queda de 7% do IDH e aumento de 2% no IVS e de 1% de população vulnerável à pobreza, temos o aumento de 1% do peso do Auxílio Emergencial no PIB”, detalha Costa.

O estudo aponta que em alguns municípios de regiões menos desenvolvidas o benefício dará a sensação de que a crise econômica não trouxe consequências negativas. “São injeções de recursos livres na economia, o que termina fazendo com que o consumo aconteça. Dessa forma o comércio não demite funcionários, a indústria continua produzindo, os serviços são demandados e você tem a máquina da economia funcionando com o estímulo causado por essa política”, completa Costa.

O estudo realizado pela UFPE corrobora teses conexas de outras pesquisas sobre o mesmo tema, que revelaram que o Auxílio Emergencial reduziu a extrema pobreza do país ao menor nível em 40 anos e que o rendimento das famílias mais vulneráveis cresceu com o benefício.

Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania

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