Auxílio Emergencial amplia renda média entre domicílios mais pobres do país
Estudo do Ipea indica que, em 4,4 milhões de residências, o repasse do Governo Federal para enfrentar efeitos econômicos da Covid-19 foi a única fonte de renda em julho
Foto: Agência Brasil
Mais uma pesquisa publicada pela comunidade científica indica que o Auxílio Emergencial, implementado pelo Governo Federal com o intuito de diminuir os impactos econômicos causados pela pandemia na vida dos brasileiros, está cumprindo o seu papel. Um estudo publicado nesta quinta-feira (27.08) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que cerca de 4,4 milhões de domicílios brasileiros sobreviveram, em julho, apenas com o valor do benefício. Com a ajuda financeira do Governo Federal, o rendimento total recebido nesses lares ficou acima da renda habitual de antes da pandemia.
Nos domicílios mais vulneráveis, os rendimentos aumentaram 24% se comparados às rendas habituais. No Nordeste, região com maior índice de crescimento de renda, a taxa média chegou a 10,1% de aumento. O Auxílio Emergencial também foi suficiente para superar em 16% a perda de massa salarial entre pessoas que permaneceram ocupadas. Em números gerais, o valor recebido por meio do Auxílio Emergencial foi quase R$ 4 bilhões superior à perda entre esse público.
A pesquisa utiliza dados da Pnad Covid-19 do mês de julho. Até o momento, 66,9 milhões de brasileiros receberam o Auxílio Emergencial, beneficiando direta e indiretamente mais de 126,2 milhões de pessoas. Criado no início de abril deste ano, em pouco tempo o Auxílio tornou-se uma das maiores operações de transferência de renda direta do planeta.
“Todos esses números indicam que o Auxílio Emergencial atinge o objetivo de chegar à população mais vulnerável. Sem ele, essas pessoas não teriam condições de sobreviver durante esse período difícil de pandemia”, afirma o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.
Até o momento, o Governo Federal já investiu R$ 179 milhões no pagamento do Auxílio Emergencial. Foram mais de 109 milhões de cadastros processados e 66,9 milhões de pessoas consideradas elegíveis. Desses, 19,2 milhões são público do programa Bolsa Família, 10,5 milhões do Cadastro Único e 37,5 milhões elegíveis por meio de aplicativo e site.
Capilaridade
Na última quinta-feira, 20.08, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19 indicou que subiu de 43% em junho para 44,1% em julho a proporção de residências brasileiras que receberam recursos do Auxílio Emergencial do Governo Federal. São 30,2 milhões de domicílios, 813 mil a mais que no mês anterior.
O percentual de lares recebendo o benefício aumentou em todas as regiões do país. O Norte continua com a maior proporção, agora com 60,6% (antes era 60%). Em seguida vem o Nordeste, que passou de 58,9% para 59,6%. Os 16 estados das duas regiões são os com maiores percentuais e apenas em Rondônia o percentual não ultrapassa metade dos domicílios. No Centro Oeste, o percentual de residências que receberam o Auxílio Emergencial saiu de 41,4% para 41,9%, no Sudeste foi de 35,9% para 37,2%, e no Sul de 29,7% para 30,9% dos lares.
O estudo do IBGE também registrou um aumento do valor médio do Auxílio Emergencial por residência. Em julho a média foi de R$ 896 por domicílio beneficiado no país, enquanto no mês anterior o valor foi de R$ 885.
Outros estudos
Uma outra pesquisa, conduzida por Rogério Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP), e Ian Prates, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), concluiu que o Auxílio Emergencial evitou a queda de 23,5 milhões de pessoas para a pobreza. Além disso, outras 5,5 milhões tiveram aumento de renda. O benefício de R$ 600 é responsável por um acréscimo de R$ 178 na renda domiciliar per capita.
O economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), também a partir de dados da PNAD Covid-19, concluiu que o Auxílio Emergencial do Governo Federal foi responsável por levar a taxa de extrema pobreza do Brasil ao menor patamar em 40 anos.
Com as informações, foi possível mensurar que 3,3% da população brasileira, ou sete milhões de pessoas, viviam na extrema pobreza em junho deste ano. Desde a década de 1980, quando os levantamentos ficaram mais precisos, o menor índice registrado havia sido de 4,2%, em 2014. O benefício atingiu mais de 80% dos domicílios das duas menores faixas de renda.
Outro estudo usando os dados do IBGE, desta vez do Ministério da Economia, apontou que o benefício está concentrado nos 30% mais pobres da população e representou 93% do rendimento dessas famílias.
Já os economistas Ecio Costa e Marcelo Freire, em estudo feito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), calcularam em 2,5% do PIB de 2019 o impacto do Auxílio Emergencial na economia do país. O efeito é ainda mais significativo no Nordeste, onde em média o benefício representa 6,5% do PIB da região. Eles estimam que os cerca de R$ 250 bilhões previstos para serem investidos pelo Governo Federal no pagamento das cinco parcelas do programa vão permitir que boa parte das engrenagens da economia sigam em atividade. O estudo aponta que em alguns municípios de regiões menos desenvolvidas, o benefício dará a sensação de que a crise econômica não trouxe consequências negativas.
Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania
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