Ministério capacita entrevistadores sobre avaliação de impacto do Criança Feliz

Pesquisa será realizada em 30 municípios e deve captar dados de 3,3 mil famílias. Visitas começam nas próximas semanas
Foto:Divulgação
Brasília – Cerca de 70 entrevistadores foram capacitados pelo Ministério da Cidadania para ir a campo captar informações sobre os impactos do Programa Criança Feliz. O próximo passo agora é a visitação aos beneficiários. Cerca de 3.300 famílias, distribuídas em 30 municípios dos estados de Goiás, São Paulo, Bahia, Ceará, Pernambuco e Pará serão visitadas por membros da equipe para saber quais os resultados que o programa de desenvolvimento infantil tem gerado na vida delas. Esta será a primeira de três rodadas de avaliação envolvendo famílias incluídas ou não no Programa. A capacitação foi finalizada nesta sexta-feira (6), em Brasília.

A oficina envolveu temas sobre como a pesquisa foi elaborada, quais perguntas e procedimentos devem ser realizados para saber o nível do desenvolvimento infantil das crianças brasileiras e como o Criança Feliz tem contribuído para a melhoria de vida delas. De acordo com o secretário de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério da Cidadania, Vinícius Botelho, a pesquisa demonstra a importância de se ter evidências científicas para basearem as ações futuras de governo.
“As políticas públicas têm por objetivo transformar a realidade. Um programa só é efetivo quando consegue fazer com que as pessoas realmente mudem de vida. A partir da primeira rodada de avaliação nós saberemos como o Criança Feliz está fazendo para mudar essa realidade. Essa é uma avaliação que não só nos dará o impacto do programa, mas também vai nos permitir mapear quais as características do programa que ajudaram neste impacto”, ressaltou o secretário Botelho.
O diretor do Departamento de Avaliação do Ministério da Cidadania, Ronaldo Souza, lembrou que esta é a maior pesquisa de avaliação de programas para a primeira infância do mundo. Segundo ele, o levantamento é um marco para as políticas públicas. “Isso é uma grande inovação de política pública brasileira, em especial por ter sido idealizada desde a sua concepção. Ter uma política pública que demostre os seus impactos é algo de suma importância porque garante que os recursos públicos estão sendo bem aplicados”, afirmou.
A diretora do Departamento de Atenção à Primeira Infância, Gilvani Pereira Granjeiro, ressaltou que a avaliação serve também como uma bússola para ver como tem sido realizado o atendimento em diferentes partes do País. “Ela também pode nos sinalizar alguma necessidade de correção de percurso. Quando um programa é avaliado, chegam junto a intervenção e a avaliação em busca do resultado”, apontou Gilvani.
Já a pesquisadora da Universidade Federal de Pelotas, Iná Santos, que tem promovido a capacitação e compõe a equipe do epidemiologista renomado Cesar Victora – responsável por analisar os dados coletados -, exaltou a vontade política de realizar um levantamento como este. “É uma raridade que os gestores tenham a preocupação de avaliar o programa. Normalmente o que acontece é que depois de um programa já estar sendo implementado, é que os gestores vão ter a preocupação de saber se o programa está cumprindo o objetivo que ele se propõe ou não. Este, ao contrário, solicitou a avaliação como está recomendado nos livros”, disse.
Saiba mais
O Criança Feliz é considerado o maior programa de visitação domiciliar para o desenvolvimento infantil do mundo. Hoje, 754 mil crianças e gestantes de todo o País são atendidas, e o número de visitas já chegou a 19,9 milhões.
O programa é coordenado pelo Ministério da Cidadania por meio da Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. Ele atende gestantes e crianças de até três anos do Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal, e de até seis anos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
*Por André Luiz Gomes
Fonte:Ascom/Ministério da Cidadania

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