Criança Feliz estende braços para suporte e orientação a mães de crianças com deficiência

Além de estímulos para o desenvolvimento do potencial de meninos e meninas, visitadores do programa indicam caminhos para outras ações da rede de proteção social, como o BPC

Foto:sutepros

Sandra Moraes de Oliveira realizou o sonho de ser mãe em 2018. Após uma gestação tranquila, a jovem, então com 18 anos, deu à luz ao primeiro filho. Kevin nasceu perfeito. Os primeiros meses foram iguais aos de qualquer criança saudável. Porém, após o quarto mês, Sandra passou a observar um crescimento desproporcional da cabeça do menino. 

Moradora de uma palafita no município de Breves, no arquipélago de Marajó (PA), Sandra procurou o hospital para investigar. Após exames, Kevin foi diagnosticado com hidrocefalia - acúmulo de líquido nas cavidades internas do cérebro.

Sandra, que tinha pela frente a responsabilidade de criar o filho sem a presença paterna, encontrou no Criança Feliz, programa executado pelo Ministério da Cidadania, um suporte para enfrentar o desafio de oferecer os melhores estímulos para desenvolver plenamente os potenciais do menino.

Kevin, que completa três anos em dezembro de 2021, é acompanhado pelas visitas domiciliares do programa desde os sete meses. “Ele passou dois meses fazendo fisioterapia. Depois das visitas do Criança Feliz, conseguimos identificar algumas dificuldades motoras e, assim, passamos a realizar atividades para reduzir essas limitações”, conta Sandra. 

Breves é uma das pontas do conjunto de ilhas paraense e fica a 220km de Belém. Às margens do rio Parauaú, o acesso é feito por barco ou aviões de pequeno porte. A região de cerca de 100 mil habitantes conta com 50% da população ribeirinha ou do meio rural e alto índice de população na condição de pobreza ou extrema pobreza. Sandra recebe também o Auxílio Brasil, novo programa social do Governo Federal.

Carla Maraliz Costa de Moura, 34 anos, acompanha semanalmente Kevin. Todas as terças, a visitadora do Criança Feliz monitora a evolução e o crescimento do menino. “O benefício maior é que a gente consegue dar assistência também à mãe. Conseguimos mostrar a ela caminhos para cuidar melhor das crianças, além de ajudar na entrada dos papéis do BPC”, disse Carla.

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é outro programa executado pelo Ministério da Cidadania. Voltado para idosos e pessoas com deficiência de famílias em condição de vulnerabilidade, envolve um repasse mensal para ajudar o sustento das famílias.

Mais do que o acompanhamento e as orientações para a rede de proteção social do Governo Federal, a cada semana as visitas se transformam em sinais de alegria na casa de Sandra. “Para os meninos é uma felicidade. Meu filho é uma criança alegre. Com o Criança Feliz, o Kevin está aprendendo várias coisas”, disse a mãe.

“A Sandra é uma amorosa e dedicada. Está disponível a todo momento. Está sempre disposta a interagir com as crianças. É uma mãe que aplica tudo o que ensinamos para a criação dos meninos”, relatou a visitadora.

O município de Breves, no Arquipélago de Marajó (PA), e o atendimento do Criança Feliz à família de Sandra. Fotos: Matheus Bacelar/ Min. Cidadania

Sem custos locais

O Criança Feliz está presente nos 16 municípios do arquipélago de Marajó. O programa é 100% financiado pelo Governo Federal, não há custos para a gestão local. A gestão é feita de acordo com a meta de atendimento estipulada de profissionais para as equipes de supervisão e visitação, com limite de 30 beneficiários por visitador.

Com cinco anos de atuação, o Criança Feliz já atendeu mais de 1,2 milhão de famílias e ultrapassou as 54 milhões de visitas realizadas em todo o território nacional. É considerado um dos principais programas de visitação domiciliar do mundo.

A Primeira Infância corresponde ao período da gestação aos seis anos e é considerada uma janela de oportunidade essencial, pela intensa capacidade dos meninos e meninas de absorverem estímulos nessa faixa etária.

“O mais bacana do Criança Feliz é que ele leva o Governo Federal para dentro das casas de famílias vulneráveis. Não só carregando a perspectiva de intervenção para o desenvolvimento infantil, mas observando outras possíveis vulnerabilidades das famílias. Assim, a gente consegue articular outros potenciais atendimentos dentro da rede governamental”, afirmou a secretária nacional de Atenção à Primeira Infância, Luciana Siqueira.

Desde janeiro de 2019, o Governo Federal intensificou os investimentos no Criança Feliz. Houve aumento no repasse de recursos financeiros a estados e municípios, com investimento total de R$ 861 milhões entre 2019 e 2021. No período, mais de 230 mil gestantes e um milhão de crianças foram atendidas, com 42 milhões de visitas realizadas.

Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania


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